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HOMILIA DOM LUCENA

25 Anos de Sacerdócio do

Pe. Pedro Francisco

11.12.18

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É imensa a alegria dos nossos corações hoje! Uma alegria que contém e exprime gratidão e louvor ao Senhor pelo jubileu de prata presbiteral do nosso querido Pe. Pedro Francisco. Este jubileu acontece no jubileu centenário desta querida Diocese de Nazaré. Queremos, pois, com esta Eucaristia, elevar nossas vozes ao Céu para agradecer a generosidade dos pais do Pe. Pedro, José Francisco do Nascimento e Maria Severina da Silva, in memoriam, que ofereceram seu filho ao serviço de Cristo e da Igreja, ofertando, assim, o que tinham de melhor em suas vidas. E a Igreja é grata por poder contar com a presença valiosa deste filho na obra da santificação do nosso povo.

Quero, agora, irmãos e irmãs, aqui presentes, ser o intérprete de seus corações e de suas comunidades para dizer ao Pe. Pedro o quanto vocês o amam e lhe querem bem, desejando-lhe cada vez mais alegria e felicidade em seu ministério sacerdotal.

Meu querido Pe. Pedro: no Evangelho que acabamos de ouvir, Jesus proclama: “Eu sou o Bom Pastor... que dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Que a coragem de Cristo, nosso Pastor, te inspire e te sustente diariamente nos teus esforços em dar testemunho do seu ministério sacerdotal. Deixe-se transformar interiormente pela graça de Deus. Só assim é possível ser imagem fiel do Bom Pastor, só assim se pode desempenhar com alegria a missão de conhecer, guiar e amar o rebanho que Jesus adquiriu com o preço do seu Sangue.

Querido Pe. Pedro: abra suas próprias mãos e olhe atentamente para elas. Contemple as próprias mãos. Voltemos a um momento histórico e central de sua vida, exatamente há 25 anos, o dia 11 de dezembro de 1993: dia de sua ordenação sacerdotal, quando Dom Jorge lhe ordenou, ungiu as suas mãos. Você estava ajoelhado, atento a observar o óleo santo que se espalhava, exalando seu perfume balsâmico e tão característico. Depois ele uniu suas mãos em posição orante e as atou com uma fita. Suas mãos foram consagradas, fechadas para as coisas do mundo e para qualquer amor exclusivo. Você se levantou, o laço daquela fita foi desatado, abrindo suas mãos para a exclusividade de um amor que só poderia ser o de Deus. Desataram suas mãos para batizar, transmitindo às crianças a Vida de Deus, para consagrar as espécies eucarísticas, para perdoar, para abençoar as pessoas, seus pertences e realizações, para abençoar o amor matrimonial, para, enfim, ungir as mãos frágeis dos enfermos, na esperança da saúde.

Pela oração consecratória e a imposição das mãos de seu então bispo diocesano, Dom Jorge, você se tornou pessoa consagrada. Completando essa consagração de sua pessoa, suas mãos foram solenemente ungidas e consagradas ao serviço de Cristo e da Igreja. Fisicamente, suas mãos continuam sendo suas. Mas Cristo as tomou para Si. Espiritualmente, elas passaram a ser Dele, para transmitir a Sua vida divina, abençoando, perdoando, consagrando o Corpo e o Sangue de Cristo.

Pe. Pedro: no altar, você é o sacerdote e Cristo é a vítima. No ministério presbiteral, Cristo é o Sacerdote e você é a vítima! É mais fácil ser o sacerdote em um sacrifício onde Cristo é a Vítima, do que ser a vítima em um sacrifício onde Cristo é o Sacerdote! Como vítima, Cristo teve suas mãos crucificadas… E Ele não nos pediu tal doação!

Querido Pe. Pedro, volte a contemplar suas mãos. Procure reviver a sensação do perfume do bálsamo que as ungiu. Elas ainda são suas, mas elas são totalmente Dele: Mãos de Cristo. Você é o escolhido de Cristo. Você é pessoa privilegiada. Você é pessoa abençoada. Você é chamado às alturas da santidade. Não cabem limites nem meios termos em nossa resposta de amor a Cristo. Ao amor total de quem morreu por nós, uma vez que fomos os Seus escolhidos, apesar de nossa fragilidade, só cabe uma resposta de amor total de quem quer viver e morrer por Ele. Como diz o Apóstolo Paulo na primeira leitura proclamada: “Não é a nós mesmos que pregamos, mas a Jesus Cristo, o Senhor”.

Mãos Sacerdotais! As suas mãos! Uma outra vez, elas ainda voltarão a ser ungidas, Pe. Pedro, e unidas em posição orante. Ao término da nossa missão de sacerdotes de Cristo na terra, quando nossas forças falirem e nossas mãos enfraquecidas pelos trabalhos apostólicos não mais puderem se alçar e se mover com naturalidade, elas receberão uma outra unção para sustentá-las. Esta outra unção, a dos enfermos, irá fortalecê-las para se prepararem para o abraço eterno com Cristo, razão do nosso modo de ser e de viver.

As mãos de um sacerdote. Elas são, na terra, as mais poderosas de todas as mãos. Um jornalista brasileiro muito temido por sua caneta poderosa, mordaz e irônica, que em um de seus, quase últimos, editoriais, referia-se à Conferência dos Bispos do Brasil com os termos: “a canalha do episcopado nacional”. Os meses se passaram. A doença caminhou para o seu final. Antes de morrer, ele chamou o Presidente da “canalha episcopal” para que ele, grande sacerdote, desse paz à sua consciência e a esperança do perdão de seus pecados. Aquela mão já não segurava mais a caneta. Agora, ansiava o perdão misericordioso de Deus pelo mau uso que dela fizera…

Qual é a mão poderosa? Mãos que dão a vida da Graça, mãos que renovam essa graça pelo perdão divino. Mãos que iluminam, com a luz do evangelho, o amor matrimonial e o faz aproximar-se do Amor de Deus Criador. Mãos que abençoam, enxugando lágrimas de tantas pessoas esmagadas nos revezes da vida. Mas que ficam sozinhas, na solidão, para enxugar suas próprias lágrimas, quando as coisas não correm bem entre “elas” e o rebanho a elas confiado. Mãos que curam os enfermos e lhes devolvem a esperança de viver. Mãos que fortalecem os fracos com o Pão dos Fortes: a Eucaristia.

Santas Mãos Sacerdotais, Pe. Pedro! Hoje, neste dia do seu jubileu de prata sacerdotal, veneramos, com profunda admiração, as suas mãos. Por suas mãos passam rios de Graça Divina e tornam-se ainda mais vitalizantes pela força da Graça Sacerdotal.

Bom pastor que é – a conduzir o rebanho para as pastagens verdejantes de Jesus. Siga, firmemente, o exemplo de Cristo Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas. Deus lhe recompensará na Sua medida de cem por um, com a abundância de Sua Graça… seu Amor…

Como Bispo Diocesano, e em nome da Igreja, eu lhe digo: muito obrigado pelo bem realizado por suas santas mãos sacerdotais nestes 25 anos de seu ministério.

Pe. Pedro, somos de Cristo, Sumo Sacerdote e Bom Pastor, só Dele, para sempre, na Igreja, a serviço do povo que nos é confiado, por causa do Reino. Que a Virgem Maria, Mãe do Bom Pastor, nossa Mãe, continue assistindo sempre a sua vida e seu sacerdócio. OBRIGADO, SENHOR, PELO DOM DO SACERDÓCIO DO NOSSO QUERIDO PE. PEDRO FRANCISCO. AMÉM!

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena

Bispo de Nazaré - PE

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